
Minha Porta não se abriu hoje.
Tentei de todas as formas mas ela estava ali, imóvel, como se fizesse só para me irritar.
Estava atrasada, precisava encontrar comigo mesma, precisava colocar em pauta algumas questões. Mas ela não abria. Pedi por favor, gritei, chorei, implorei, mas ela não me ouvia. Quando minha porta parou de me ouvir? Ela nunca ouviu? nunca ouviu minhas lamentações? Era apenas uma portra inerte? Inanimada? Eu que a inventei?
Minha decepção foi audível. Senti o gosto da minha descrença, o Cheiro de mel lilás e sol fora inventado por mim também, minha porta não passava de matéria inorgânica, era morta.
Os dias que passei contando meus segredos, recolhendo-me junto a ela, foram dias que passei sozinha e não percebi. A porta que era tão amiga
não era minha, era apenas uma porta.
Não pude entrar, não pude encontar comigo, tem uma parte minha presa dentro dessa porta, mas não vou busca-la... Não vou andar em círculos. Cansei-me de invenções. Cansei-me de portas.
Muito Obrigada à porta que não se abriu. Foi bom inventar você.
Foi bom brincar de amiguinha confidente.
Foi bom pensar que você se importava.
Mas foi-se.
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